27/08/2025 14h30
Foto: Divulgação
A Stellantis suspendeu seu ambicioso projeto de um sistema de direção autônoma de Nível 3, que permitiria aos motoristas tirar as mãos do volante e os olhos da estrada em certas condições.
A informação revela uma mudança de estratégia na gigante automotiva, que enfrenta os altos custos, desafios tecnológicos e incertezas sobre a demanda do consumidor por essa tecnologia.
Em fevereiro deste ano, a Stellantis havia anunciado que seu sistema, parte do programa AutoDrive, estava pronto para ser lançado e era um pilar fundamental da estratégia da empresa. A promessa era permitir que os motoristas pudessem ler livros ou assistir a filmes enquanto o carro estava em movimento.
No entanto, fontes ligadas à empresa confirmou que o software de Nível 3 nunca foi lançado e que a tecnologia, embora “pronta para ser implantada”, não tem “demanda limitada no mercado”.
Ambições tecnológicas em xeque
A decisão da Stellantis reflete uma tendência no mercado, onde montadoras tradicionais investem bilhões para alcançar empresas como a Tesla e gigantes chinesas em tecnologia. O desafio, no entanto, é grande, com custos crescentes, falta de talentos qualificados e a burocracia das grandes corporações.
O cancelamento do projeto de Nível 3 é o mais recente sinal de que a Stellantis tem tido dificuldades para concretizar suas ambições tecnológicas.
A empresa, que recentemente encerrou uma parceria com a Amazon para seu sistema de infoentretenimento, está cada vez mais dependendo de fornecedores externos para o desenvolvimento de software que inicialmente planejava fazer internamente.
A Stellantis afirma que focará seu trabalho interno no que considera mais importante para o consumidor, enquanto trabalha com fornecedores para garantir o acesso às melhores tecnologias a custos competitivos. Para especialistas como Stuart Taylor, diretor da consultoria Envorso, a atitude demonstra que grandes montadoras estão percebendo que “não conseguem fazer tudo sozinhas”.
Fonte: Reuters