25/08/2025 08h50
Foto: Divulgação
Entre janeiro e agosto de 2025, os embarques de minério de ferro do Brasil cresceram 4% em relação ao ano anterior, impulsionados pelo aumento da atividade de mineração, segundo dados da Bimco. Os embarques para a China aumentaram, compensando a queda nas exportações da Austrália, Peru e Índia.
O Brasil é o segundo maior exportador mundial de minério de ferro, respondendo por 23% dos embarques globais, atrás da Austrália, que responde por 54%. Setenta e três por cento das exportações globais têm como destino a China e outros 11% vão para países do Leste Asiático. No transporte marítimo, 89% dos embarques globais utilizam o segmento capesize, proporção que sobe para 97% no caso do Brasil.
O aumento da carga brasileira impulsionou a demanda medida em toneladas por milha, já que seus embarques percorrem, em média, quase três vezes a distância dos embarques australianos e quase o dobro da média global. Isso gerou um aumento estimado de 1% na demanda global por transporte de minério de ferro em relação ao ano anterior, apesar da queda de 1% no volume total no mesmo período.
A redução nas exportações de outras origens é explicada por vários fatores: a Austrália sofreu interrupções na mineração devido ao clima adverso entre janeiro e maio; o Peru enfrentou problemas operacionais nos portos durante maio e junho; e a Índia reduziu significativamente seus embarques devido à concorrência de preços e ao aumento da demanda interna. Ao contrário de outros países, o minério de ferro indiano é transportado principalmente por navios supramax.
Do lado da demanda, as importações chinesas foram afetadas por uma queda de 3% na produção de aço entre janeiro e julho, em relação ao mesmo período do ano anterior. Embora as exportações de aço tenham crescido 11%, esse aumento não compensou a fraqueza do mercado interno. A crise no setor imobiliário persiste, com um excesso de estoque de 408 milhões de metros quadrados, enquanto a atividade da construção continua em declínio. A indústria e a infraestrutura demonstraram maior resiliência, embora o PMI oficial da indústria tenha permanecido abaixo de 50 nos últimos quatro meses. Japão e Coreia também registraram quedas na produção de aço.
Nos próximos meses, a demanda chinesa por aço deverá continuar em queda, em linha com a desaceleração da atividade econômica, segundo a OCDE. No entanto, a entrada em operação da mina de Simandou, na Guiné, prevista para novembro de 2025, poderá expandir a oferta global e aumentar as distâncias médias de embarque, pressionando os preços do minério de ferro e incentivando a China a aumentar as importações em comparação à produção doméstica.
Fonte: Mundo Marítimo