04/10/2025 08h02
Foto: Divulgação
Em um programa de larga escala, a Maersk, em estreita colaboração com 50 armadores, está realizando a reforma de cerca de 200 navios de sua frota fretada a médio e longo prazo. O principal objetivo da iniciativa é reduzir o custo por espaço, melhorando a eficiência do combustível e aumentando a capacidade de carga, o que se traduz em menores custos e emissões de gases de efeito estufa.
“Nossa frota fretada de médio e longo prazo constitui uma parcela significativa de nossas operações, bem como de nosso consumo total de combustível. Ao trabalhar em estreita colaboração com nossos parceiros, buscamos implementar soluções que não apenas reduzam as emissões, mas também fortaleçam a competitividade geral de nossa frota”, afirmou Ahmed Hassan, diretor de Estratégia de Ativos e Alianças Estratégicas da Maersk.
A empresa estabeleceu uma meta de redução absoluta de 35% em suas emissões de gases de efeito estufa do Escopo 1 até 2030, em comparação ao ano base de 2022.
“Embora a transição para novos combustíveis seja necessária para atingir nossa meta de emissões líquidas zero até 2040, o investimento em tecnologias que melhorem a eficiência da frota existente é uma ferramenta poderosa para alcançar reduções significativas no curto prazo. Portanto, esse forte foco em medidas de eficiência pode gerar progresso concreto em direção à nossa meta para 2030, tanto para embarcações próprias quanto fretadas”, acrescentou Hassan.
Associação com armadores
No total, a Maersk e 50 de seus parceiros armadores implementaram mais de 1.500 projetos individuais em 200 embarcações, enquanto outros 1.000 projetos estão em andamento com conclusão prevista para 2027. O investimento nessas soluções é compartilhado entre a Maersk e os armadores.
“Comprovamos que este modelo é vantajoso para todos. Na Maersk, conseguimos reduzir as emissões e os custos de combustível, enquanto os proprietários se beneficiam do valor a longo prazo de uma embarcação modernizada. A renovação da frota é frequentemente entendida como a adição de novas embarcações para substituir as mais antigas, mas também se trata de garantir que as embarcações existentes permaneçam competitivas”, disse Hassan.
Dada a magnitude do projeto, ele envolve embarcações de tamanhos e configurações variados, o que exige o uso de diversas ferramentas de recondicionamento.
Nas 200 embarcações em processo de modernização, uma modificação comum e significativa é a substituição da hélice ou da proa bulbosa. Neste último caso, a instalação de uma unidade otimizada redireciona o fluxo de água ao redor do casco, reduzindo a resistência e melhorando a eficiência hidrodinâmica, resultando em menor consumo de combustível. Ao mesmo tempo, a instalação de novas hélices em combinação com dispositivos de pré-turbulência desempenha um papel fundamental na maximização do empuxo e na redução da perda de energia.
“Muitas dessas embarcações foram projetadas e construídas em uma época em que os navios porta-contêineres geralmente navegavam em velocidades mais altas. Com o tempo, implementamos cronogramas mais flexíveis para reduzir o consumo de combustível, mas mantivemos hélices e bulbos adequados para velocidades mais altas. Há um potencial significativo de eficiência com a substituição delas”, explicou Anda Cristescu, chefe de Fretamento e Construção Nova da Maersk.
Outras soluções incluem sistemas de recuperação de calor residual de motores auxiliares que permitem a geração de vapor a partir do calor, reduzindo a dependência de caldeiras alimentadas a óleo combustível. Da mesma forma, a instalação de geradores de eixo reduz o uso de motores auxiliares, contribuindo para uma economia significativa de combustível.
A capacidade de carga também está sendo melhorada por meio de uma série de ajustes técnicos e estruturais: elevação da ponte para otimizar a visibilidade e a capacidade de entrada de carga, aumento da altura das plataformas de amarração, reforço da capacidade de peso morto para calados maiores e modernização tanto dos sistemas de amarração quanto das funcionalidades dos computadores de carga.
Fonte: Mundo Marítimo