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Logística

Wabtec monta centro de engenharia no Brasil

Fornecedora de equipamentos ferroviários ativou nova linha de produção de locomotivas

15/10/2025 07h07

Danilo Miyasato, presidente e líder regional da Wabtec Corporation - Foto: Dibulgação

A americana Wabtec Corporation, fornecedora de equipamentos ferroviários, ativou uma nova linha de produção de locomotivas no complexo industrial instalado em Contagem (MG), fruto de investimentos de R$ 150 milhões. Agora, a empresa investe R$ 20 milhões na ampliação de sua equipe e na implantação de um centro global de engenharia, o primeiro da América Latina.

O novo centro de engenharia terá foco em pesquisa e desenvolvimento de projetos nacionais e internacionais. Localizado próximo à fábrica da Wabtec, o centro vai ocupar uma área de 9 mil metros quadrados e contará com laboratórios e estações de trabalho para 300 engenheiros, que estão sendo contratados. A expectativa é que a unidade seja inaugurada na virada do ano.

“O centro de engenharia reforça o nosso compromisso de desenvolvimento no Brasil para a América Latina”, afirma Danilo Miyasato, presidente e líder regional da Wabtec Corporation na região. Dos 300 engenheiros, 70 foram contratados. As contratações serão feitas gradualmente, no prazo de dois anos. “Queremos chegar até 2035 com 500 engenheiros”, acrescenta o executivo.

Em 2025, a Wabtec ampliará a produção no Brasil em 70% em relação ao ano passado. Com o centro de engenharia, a expectativa é elevar a capacidade produtiva em mais 28%. Miyasato diz que o principal foco da expansão é atender o mercado brasileiro, que está aquecido, sem deixar de produzir para outros países.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), a produção ferroviária em Minas deve atingir 75 locomotivas em 2025, crescimento de 39% em relação ao ano passado. A produção de vagões está prevista em 1,7 mil unidades, aumento de 9,9%, e a de carros de passageiros é estimada em 188, com retração de 17,5%. A Wabtec e a Progress Rail, da Caterpillar, em Sete Lagoas (MG), concentram a produção de locomotivas.

Neste ano, a Wabtec produzirá 17 locomotivas para a cooperativa australiana CBH Group e três para o Uruguai. As encomendas para o Brasil são mais numerosas. No início do ano, a Rumo Logística, do grupo Cosan, e a chinesa Cofco International anunciaram a compra de 23 locomotivas da Wabtec. As locomotivas da Cofco fazem parte de um investimento de R$ 1,2 bilhão da empresa para o transporte ferroviário de grãos e açúcar operado pela Rumo até seu terminal no Porto de Santos (SP).

Em março, a Vale firmou acordo com a Wabtec para adquirir 50 locomotivas para a Estrada de Ferro Vitória a Minas e a Estrada de Ferro Carajás. As locomotivas começam a ser entregues em 2026. O valor da operação é mantido em sigilo. No Brasil, a Wabtec tem quatro grandes clientes: MRS, Vale, VLI e Rumo Logística.

Miyasato diz que o transporte intermodal tem ganhado espaço no Brasil, o que aumenta a demanda por sistemas digitais que permitam sincronizar o tráfego pelos diferentes modais – outra área de atuação da companhia. A Wabtec desenvolve no país locomotivas e componentes e equipamentos para vagões, sistemas digitais, sistemas de controles, sistema de apoio à condução e de sinalização.

Outra tendência para o mercado ferroviário, segundo o executivo, é a busca pela descarbonização. “A jornada de descarbonização envolve desenvolvimento de motores com sistemas de combustão mais eficientes, movidos a combustíveis alternativos, como biodiesel, gás natural e biodiesel renovável”, afirma.

A Wabtec vai abrir dois centros de logística no país este ano, em Governador Valadares (MG) e em Monte Alto (SP), para expandir a capacidade de distribuição e crescer em áreas como manutenção de vias permanentes, inteligência digital e componentes.

A empresa possui no Brasil 1.775 funcionários. No mundo, emprega 27 mil pessoas em 50 países. A Wabtec reportou, no segundo trimestre, vendas de US$ 2,71 bilhões, com aumento de 2,3% em relação ao mesmo intervalo de 2024. O lucro líquido totalizou US$ 339 milhões, alta de 16,5%. A companhia estima para o ano vendas globais entre US$ 10,92 bilhões e US$ 11,22 bilhões.

Fonte: Valor Econômico